quinta-feira, 21 de maio de 2009

"A BELEZA E A BONDADE", Manuel Francisco Rodrigues

A beleza encanta e fascina,
enchendo de amor o Mundo
e de doçura os corações.

A beleza de uma oração...
A beleza de um quadro precioso...
A beleza de uma jóia rara...

A beleza de uma escultura viva,
o perfume de uma flor,
o cintilar de uma estrela...

A beleza do clarão da aurora,
a despedida silenciosa do ocaso,
ou a música sem fim da Via Láctea...

A beleza da palavra bem delineada,
a beleza de um olhar doce,
a beleza de uma forma gentil...

A beleza da harmonia,
a beleza do ritmo e da suavidade,
a beleza que torna possível o perfeito...

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Mas toda a forma de beleza parece fria
e até talvez nem sequer exista
independentemente de quem a aprecia...
Porém se for emoldurada pela bondade,
então torna-se tão cristalina,
tão visível e convincente,
que até quem não a sente
a estima e gosta dela,
pressentindo que a beleza é mais bela
se, com a bondade e por ela
for como na escuridão
a luz da chama da vela.

Rodrigues, Manuel Francisco - A Estrada do Tempo. Porto: Ed. do Autor, 1967, pp. 98-99.

Recolha de Manuel Silva

* Obra do acervo da Biblioteca desta escola

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