Não mais, ó Tejo meu, formoso e brando.
À margem fértil de gentis verdores,
Terás d'alta Ulisseia um dos cantores
Suspiros no áureo metro modulando:
Rindo não mais verá, não mais brincando
Por entre as ninfas, e por entre as flores,
O coro divinal dos nus Amores,
Dos Zéfiros azuis o afável bondo:
Co'a fronte já sem mirto, e já sem louro,
O arrebata de rojo a mão da Sorte
Ao clima salutar, e à margem de ouro:
Ei-lo em fragas de horror, sem luz, sem morte,
Soa daqui, dali piado agouro;
Sois vós, desterro eterno, ermos da morte!
Bocage, Manuel Maria Barbosa du in Fanha, José, Letria, José Jorge (org.) - Cem Poemas Portugueses do Adeus e da Saudade. Cascais: Ed. Terramar,2004,Pág. 41
Recolha de Ricardo Pinto
* Obra do acervo da Biblioteca desta escola
quinta-feira, 21 de maio de 2009
"Despedidas ao Tejo", Bocage
Etiquetas:
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