Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.
Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes
Que tens intintos gerais
E sentes só o que sentes.
És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.
Pessoa, Fernando - Obras Completas. Porto: Lello Editores, 1986.
Recolha de Manuel Mendes e João Fernandes
quarta-feira, 20 de maio de 2009
"Gato que brincas na rua", Fernando Pessoa
Etiquetas:
Fernando Pessoa,
Literatura Portuguesa,
Poesia,
Poeta Português
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