O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!
Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...
Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos para partir.
E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!
Espanca, Florbela - Poesia Completa. Lisboa: Pub. D. Quixote, 2000, p.380.
Recolha de Jorge Silva
quarta-feira, 20 de maio de 2009
"Amor que morre", Florbela Espanca
Etiquetas:
Amor,
Florbela Espanca,
Literatura Portuguesa,
Poesia,
Poetisa Portuguesa,
sentimentos,
sofrimento
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário